DESASSOSSEGOS Calado e mudo queda-se meu coração, Apenas trevas cobrem a amplidão, Que outrora foi um sonho de amor… Calado e mudo queda-se meu violão, É morta na garganta a voz dos sentidos, A dor traiçoeira não reluz Dilacerando, ensangüentado minh'alma… A paz voltou, é terminado o amor. E eu? Quem sou? Perguntam eu quem sou? Pois bem, eu lhes direi: sou um poeta, Igual a qualquer outro que amou, Sofreu, e por um grande amor viveu. Dias iguais… Terrivelmente iguais… Dor que cresce mais e mais, No festim diabólico da vida. Aqui jaz o covarde. Ali o forte. Aqui dorme um estranho. Ali estou eu… Mas ninguém sabe como ele viveu… Não se lembram da dor do poeta, Nunca ouviram o riso da paixão… Não sentiram tremer o corpo inteiro Ante o beijo da mulher amada… Não viram a cor dos seus olhos. Não sentiram o medo do perigo, De viver um amor sem sentido. Nunca sonharam. Nunca, nem de leve. (Danilo Soares Marques)
Amo a loira, amo a morena
Amo a grande, amo a pequena
Amo a magra esquelética
Amo a gorda peripatética
Amo até quem não me quer
Mas sobretudo amo a ti, MULHER!
Escrevi teu nome BETANIA
Clamei por ti CANIA
Gritei teu nome DANIA
Chorei por ti ESTEFANIA
Murmurei teu nome FANIA
Me apaixonei HERMANIA
Concordei contigo IVANIA
Lembrei de ti JANIA
Menti para ti MELANIA
Pedi para ti TITANIA
Solucei por ti URANIA
Te amei demais VANIA
Casei contigo TANIA
Garota sapeca
Menina muleca
Não diga ai ai
Diga Papai
Papai, papai, papai
Garota levada
Menina travessa
Esquece a boneca
Não diga ai ai
Diga Papai
Papai, papai, papai
Garota mimada
Menina levada
Garora sapeca
Menina moleca
Não diga ai ai
Diga Papai
Papai, papai, papai
(Danilo)
BELA, BELÍSSIMA
Bela, belíssima, esta flor que cultivei
Nasceu numa bela manhã de primavera
À luz lânguida do divino astro rei
E entre versos e quimeras me conquistou
E em explosões de cores me atormentou
E humildemente a ela me entreguei
Se amanhã tua beleza se esvair
Se teu brilho teimar em desaparecer
E se tuas cores desbotarem
Não fiquem tristes meus amores
Pois um pouco de perfume sempre
Fica nas mãos de quem oferece flores!
(Danilo Soares Marques)